O ovócito de mamíferos ao ser ovulado encontra-se bloqueado em meiose II (exceto cadelas e algumas éguas que ovulam ovócitos em meiose I). A maioria tem ovos oligolécitos (no caso dos humanos é dito alécito pela quase ausência de vitelo). Os ovos dos mamíferos mais primitivos (monotremados) assemelham- se aos das aves por terem tamanho relativamente grande (1,3 cm a 1,8 cm no ornitorrinco) e muito vitelo e por serem postos. Ovos de todos mamíferos superiores (placentários), são muito pequenos (cerca de 0,1 mm de diâme- tro), praticamente desprovidos de vitelo e durante o desenvolvimento, são mantidos dentro do corpo materno.
Após a formação do zigoto inicia-se a segmentação, no embrião de humanos, isto ocorre cerca de 30 horas após a fecundação. A clivagem é holoblástica rotacional Durante essas divisões o zigoto permanece dentro da zona pelúcida, gelatinosa e espessa, que é translúcida à luz do microscópio. Os blastômeros originados das diversas clivagens tornam-se cada vez menores
Quando o embrião possui de oito a nove blastômeros observa-se uma mudança de comportamento das células, elas mudam de forma e ajustam- se firmemente uns aos outros formando uma estrutura compacta (compactação; mórula inicial), provavelmente mediado por glicoproteínas adesivas da superfície celular. Nesta fase inicia-se a determinação de quais células formaram a massa celular interna (MCI, o embrioblasto) do blastocisto .
Nos humanos por volta do quarto dia de gestação a mórula, bem desenvolvida, adentra no útero e sofre cavitação. A formação da cavidade blastocélica se dá devido à entrada de fluidos uterinos através da zona pelúcia, nos espaços intercelulares da mórula. Esses espaços progressivamente coalecem, as células são empurradas para a periferia e forma-se a blastocele cheia de líquidos provenientes do útero e da própria mórula. Com o blastocisto formado, observa-se a separação de duas populações celulares distintas: o trofoblasto que origina o cório (membrana que faz parte da placenta) e o embrioblasto , que dá origem ao embrião propriamente dito e aos anexos embrionários (saco vitelínico, âmnio e alantóide). Em corte, o blastocisto assemelha-se a um anel com a pedra voltada para o dentro, sendo o arco formado pelas células trofoblásticas, e a pedra representa o embrioblasto. O blastocisto permanece solto na cavidade uterina durante cerca de dois dias. Neste período a zona pelúcida degenera e há a saída do blastocisto de dentro deste envoltório gelatinoso.Sem a zona pelúcida o blastocisto aumenta seu tamanho rapidamente. O embrião é banhado e nutrido pelo leite uterino. Por volta do sexto dia, o blastocisto, pelo polo embrionário, estabelece contato com o epitélio da parede uterina. Este contato provoca modificações no trofoblasto, formam-se duas camadas celulares: uma mais interna, o citotrofoblasto; e uma mais externa, de células multinucleadas, originadas da fusão (sincício) de membranas citoplasmáticas entre células vizinhas, o sinciciotrofoblasto.
Amniogênese
A amniogênese é o nome dado ao processo de formação da cavidade amniótica. A formação deste anexo é bem precoce em mamíferos quando comparado aos sauropsídeos. Nos mamíferos a formação da cavidade amniótica pode se dar por:
a) Pregueamento - É a forma mais primitiva de amniogênese, se dá pelo dobramento das bordas do epiblasto para o lado do trofoblasto indo em direção medial para se unirem.
b) Cavitação – Algumas células do epiblasto e/ou do citotrofoblasto (ainda permanece obscuro) passam a produzir um líquido, estas células são denominadas de amnioblastos, este líquido coalece formado uma cavidade entre as células do epiblasto, aparecendo uma cavidade cujo teto é formado pelos amnioblastos e o assoalho pelas células epiblásticas.
c) Cisto ectoconal – Típica de roedores, a formação do âmnio se dá como resultado de um grande aprofundamento do nó embrionário em direção ao saco vitelínico.
Embrionário de gastrulação
Na terceira semana de gestação, tomaremos como base o humano, observa-se a formação dos folhetos embrionários a partir do epiblasto, ou seja, inicia-se a gastrulação. As células epiblásticas em proliferação que chegam à linha primitiva mudam de forma (forma de garrafa), destacam-se do epiblasto e difundem- se entre este e o hipoblasto, constituindo a mesoderme intra- embrionária. Uma parte destas células em invaginação vai posicionar-se entre as células do hipoblasto, deslocando-as e substituindo-as. Forma-se assim a endoderme. As células epiblásticas que não penetram pela linha primitiva originam a ectoderme. À medida que mais e mais células adentram e se deslocam no espaço entre o epiblasto e o hipoblasto, elas começam a disseminar-se também cranial e lateralmente. Elas ultrapassam a margem do disco germinativo e entram em contato com as mesodermes esplancnopleural e somotopleural extraembrionárias.
A mesoderme se desenvolve com rapidez e semelhantemente aquela de sauropsídeos e anfíbios. Há a formação somítica e de mesênquina a partir da mesoderme. A mesoderme ocupa todo o disco embrionário entre a ecto- derme e a endoderme, exceto em duas regiões: a placa pré-cordal e placa cloacal, nas áreas cefálicas e caudal, respectivamente.
Alantóide
Na quarta semana o embrião torna-se tubular curvado anterior e posteriormente, devido a dobramentos laterais, cefálico e caudal. A formação dos membros inicia-se neste época e é considerado um achado marcante da ocorrência da organogênese (o período de organogênese vai da 4ª a 8ª semana) Depois da organogênese inicia-se a fase fetal que se estende até a parturição.
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